31 de agosto de 2005

Mês e meio - Balanço

Nunca pretendi apresentar-me como independente, nem sequer apartidário. Nunca escondi que sou militante do PSD há 31 anos, embora cada vez mais me identifique com os princípios do liberalismo. Como também não escondi que a política nunca me interessou para além do nível autárquico, tendo recusado, em diversas ocasiões, a oferta de “jobs”.
E foi porque a política autárquica me faz vibrar que criei este espaço virtual – o Pensar Mangualde.
Fi-lo no intuito de contribuir para um debate sério sobre os problemas deste concelho. Fi-lo com o objectivo de permitir a expressão de diferentes sensibilidades sobre temas diversos, a troca de ideias, a argumentação, a fundamentação de alternativas e o enriquecimento intelectual colectivo. Fi-lo, ainda, para “trazer ao mundo” a verdade de factos e decisões plasmadas em documentos que até publiquei.
Assim, durante este mês e meio:

Não odeio ninguém, e respeito toda a gente, independentemente de partilharem, ou não, dos meus pontos de vista. Por isso, em todos os artigos e comentários que aqui publiquei, não injuriei ninguém, nem sequer fiz alguma crítica ao nível pessoal, e muito menos insinuei.
Como também não teci qualquer comentário quanto à valia de qualquer lista candidata nem, tampouco, de qualquer candidato individualmente tomado. E não apelei ao voto em coisa nenhuma.
Pretendi, apenas, discutir Mangualde no seu presente para projectar o seu futuro.

E que balanço posso fazer?
O de um desastre!

Com a excepção de dois três comentadores, os “posts” que aqui foram deixados revelam uma completa incapacidade de argumentação e um absoluto desconhecimento da necessidade de fundamentação.
Das poucas vezes que ocorreram tentativas de argumentação, não passaram de “muita parra e pouca uva”. Não conseguiram ir além da recitação do óbvio, ou da sua aparência, ou de uma visão de primeiro plano que não descortina a complexidade dos contextos.
Em suma, um deserto.
Ainda por cima um deserto onde abundou a atoarda, a insinuação, o impropério, e mesmo o insulto gratuito e soez.

Mau de mais...

Reflicto sobre se vale a pena continuar…

WC público

Sobre esta matéria, recomendo a leitura disto e disto.

28 de agosto de 2005

Deu ou prometeu?

Esta notícia publicada no “Notícias da Beira” de 26 de Agosto de 2005 levanta algumas questões:
  1. O candidato do PS apoiou obras numa Igreja. Muito bem. Mas não tem sido dito que isso não é coisa que se faça? Não tem, o PSD, sido criticado pelo apoio que o nosso Presidente da Câmara tem dado à conservação e restauro de Igrejas pelo Concelho fora? Se as “obras em capelas” forem patrocinadas pelo PS já passam a ser “obra”?
  2. O “povo” agradeceu, aplaudindo, ao candidato Dr. João Azevedo “mesmo dentro da igreja”. Tratou-se, portanto, de uma acção de propaganda – um comício – dentro de uma igreja. Mas não têm sido criticadas as relações “pecaminosas” entre o Presidente da Câmara e o Clero? Se as relações forem entre um candidato não presidente e o mesmo clero deixam de ser “pecaminosas”?
  3. O dinheiro já entrou dentro dos cofres da comissão fabriqueira da paróquia? Se sim, tudo bem. Se não, como, de resto, parece transparecer do texto, não se configura isto como uma espécie de chantagem: “se eu for eleito dou-vos a ‘massa’, se não…”

É coisa para se apurar...

18 de agosto de 2005

"Revolução Viária"

Ponto de Situação em 3 de Agosto

As "promessas" de Soares Marques

O blog da Juventude Socialista de Mangualde tem dedicado vasta atenção àquilo que os seus autores chamam de "promessas de Soares Marques".
Fui "desenterrar" os meus arquivos e não encontrei nada do que por lá aparece propagandeado. Por isso, fiz-lhes notar que aquelas ditas "promessas" não correspondem a qualquer documento produzido no âmbito da candidatura ao actual mandato. Todavia, prosseguem na mesma "toada" como se lhes assistisse toda a razão.
Acontece que as coisas não têm de ser assim. E nem o facto de serem jovens e impetuosos militantes os iliba da responsabilidade de estarem a laborar sobre falsas premissas, e a tentar levar outros para o mesmo logro.
Sejamos francos:
Este executivo não cumpriu TODOS os objectivos a que se propôs e que apresentou aos Mangualdenses. De facto, alguns, muito poucos, não foram alcançados. Por isso, este executivo pode ser criticado por aquilo a que se comprometeu através do respectivo programa eleitoral (e não fez), mas não pode ser confrontado com "promessas" fantasiosas que, efectivamente, não fez.
Para acabar de vez com essas tretas, deixo aqui o VERDADEIRO Programa Eleitoral de 2001 da Coligação PSD/CDS.
É sobre este que o executivo pode ser criticado.
Leiam-no e tentem!
Uma "dica": Não vai ser fácil!

17 de agosto de 2005

Festas no Crato

O Crato é um concelhozinho com pouco mais de 4.000 habitantes que fica encostadinho a Portalegre. Passei lá este fim-de-semana.
Não vi por lá indústria, nem parques industriais, nem algo que se parecesse com um comércio florescente. E, no entanto, "senti-os" felizes. Gente simpática e hospitaleira, sempre pronta a mostrar o que de bom tem a sua terra...
Um deles, proprietário de um pequeno "café", logo me perguntou se lá estaria para os grandiosos festejos. E, com visível orgulho, presenteou-me com um desdobrável do programa das Festas do Crato organizadas pela Câmara Municipal, que vão na XXI edição.
Li-o e admirei-me.
Um "cartaz" destes... Os Xutos e os Beach Boys... Numa terra com 1/5 da população de Mangualde... É pá, nem Trancoso, pá!
Circo têm! E pão?
Ah! Pão também... no festival da gastronomia... mnhammm!
Só não sei qual o orçamento de uma coisa desta envergadura...

PS: O presidente da Câmara é eleito pelo Partido Socialista.

16 de agosto de 2005

Unidade Móvel de Saúde

Numa parceria com o Centro de Saúde de Mangualde, a CMM avançou com a iniciativa de disponibilizar uma Unidade Móvel de Saúde para servir, prioritariamente, as populações das freguesias mais afastadas da cidade.
Irão colaborar, em permanência, enfermeiros do Centro de Saúde, que utilizarão a viatura para a prestação dos chamados “cuidados continuados” de saúde. O controle da tensão arterial e dos níveis de glicemia, para além de uma diversidade de outros cuidados, tornarão desnecessárias muitas das deslocações ao Centro de Saúde, tantas vezes feitas à custa de enorme sacrifício, sobretudo dos mais idosos e carentes.
Pelo alcance que facilmente se perspectiva, não me parece criticável esta medida tomada pela Câmara.
Todavia, como se tem visto, há pessoas que vêm o mundo de forma diferente da minha. É por isso que lancei um novo inquérito:

Concorda com a entrada em funcionamento da Unidade Móvel de Saúde?

Não deixe de participar...

Sondagem - Resultados

Houve muito menos votos que na anterior sondagem...
Mas os resultados são esclarecedores:


Acha bem que a CMM gaste 75.000 contos para reparar a Avenida da Estação?


Sim ..................... 20 votos
Não ..................... 2 votos
Tanto me faz ..... 1 voto

13 de agosto de 2005

Em Trancoso


(outdoor em Mangualde)
11 dias de festa... 11 dias de circo...
Hummm... querem lá ver que estes são como os nossos.
Hummm... pois... se há circo... não há pão!

11 de agosto de 2005

Construção em altura

O SomosMangualde publicou um post em que se insurge contra a elaboração de um projecto para um prédio de 12 andares em Mangualde.
Deixei lá o seguinte comentário, que aqui reproduzo com um pouco mais de "mimo":

Eu apoio a construção em altura.
Só lhe vejo vantagens:

  1. Pouca ocupação do solo. Sim, porque o índice de construção deve manter-se. Num terreno de 1500 m2, em vez de se licenciarem 3 prédios de 4 andares com uma área de 500, ou dois de 2 de 6 com 750, pode autorizar-se um único de 12 andares e 500 m2 de ocupação de solo;
  2. Assim, sobra terreno para a construção de jardins e áreas de lazer comuns e públicas;
  3. Poupa-se um balúrdio em infraestruturas de abastecimento de água, de drenagem de esgotos, etc.
  4. Acabam-se os "mamarrachos". Sim, que um edifício de 12 andares implica um projecto de arquitectura arrojado e multidisplinar. Já não é qualquer engenheiro civil, engenheiro técnico ou, pior, desenhador, que o projecta.
Desvantagens...
Bom, se Mangualde tivesse uma "linha de recorte no horizonte" (como tem Viseu, por exemplo, com a sua característica colina da Sé) o caso poderia ser grave. Poderia ser um atentado urbanístico. Só que Mangualde não tem nada disso. A cidade não se vê de lado nenhum. Fica num planalto. Chegamos cá sempre a subir, venhamos de onde seja. Vê-se da Senhora do Castelo e mal.
Por isso, um prédio, uma "torre", por mais andares que tenha, (10 ou 11 neste caso), não se vê de lado nenhum, excepto se estivermos junto a ela. Donde, não estraga paisagem nenhuma.
Mais desvantagens?

Segurança? Ná!
Há outras?

Bom, se os promotores imobiliários viessem a enveredar por esta solução, saíriam a perder, e muito, os "gabinetes de projectos" locais...

Calma aí, pessoal! Antes de se porem a vituperar, alarguem os vossos horizontes, por exemplo em
http://www.takenaka.co.jp/takenaka_e/engi_e/c02/c02_2.html
ou mesmo (Sky City)
http://www.takenaka.co.jp/takenaka_e/engi_e/c02/c02.html

Política de Juventude

Parece que a ideia da construção de um "parque radical" (skates, patins e bmx's) não é interessante. Curioso! Lembro-me que há algum tempo, um grupo de alunos da nossa escola "reivindicava" um "half-pipe" e umas rampas...
Bom, OK. Vamos para outra.
Vamos para um concurso de ideias.
Cada leitor que o deseje pode, e deve, colaborar, escrevendo uma medida/acção/iniciativa a tomar pela Câmara Municipal no âmbito de uma política para a juventude.
Regras:
1 - Cada comentador pode escrever todas as ideias que entender;
2 - Em cada comentário não pode escrever mais do que uma ideia;
3 - Deve dizer, para cada uma, qual o papel da Câmara;
4 - Deve dizer, para cada uma, quais as idades do público alvo.

Isto sim! Isto é Pensar Mangualde!

Radical





Poderia ser interessante a construção, algures numa zona central da cidade, de uma área com rampas, "half-pipes" e coisas assim, para skates, patins e bmx's?

7 de agosto de 2005

Nova Sondagem

Agora que dispõe de todos os dados sobre a "saga" da Avenida da Estação,

Acha bem que a CMM gaste 75.000 contos para reparar a Avenida da Estação?

Vote

Sondagem - resultados

Aqui estão os resultados da consulta "popular"

Acha que lançar e manter um Programa de Saúde Oral para crianças da Escola Primária do Concelho é importante?


Sim - 30 (83%)
Não - 2 ( 6%)
Quero lá saber - 4 (11%)

6 de agosto de 2005

Marasmo - Avenida da Estação - Parte 4 (e última)

A Saga da Avenida (conclusão)

Terminei o capítulo anterior, referindo o protocolo de colaboração entre o Governo e CMM homologado em 22.06.2000 pelo Ministro Jorge Coelho.
Como está bem patente, esse protocolo não foi honrado pelo governo.
Entretanto, surgiram desenvolvimentos. Num deles, o IEP lembrou-se de avançar com uma alternativa para a circular Sul de Mangualde, continuação da Estrada Nacional N.º 232. Em vez de utilizar a “nossa” Avenida da Estação, a circular partiria logo após a passagem inferior ao caminho de ferro, inflectindo para poente e contornando Cubos, para ir ter ao cruzamento de Pedreles e ao futuro nó de ligação ao IC12, junto ao “vale da Choca”. Esta alternativa teve resposta da Câmara, a qual iniciou os contactos com os proprietários dos terrenos a ocupar pelo novo traçado, procedimentos necessários para o processo expropriativo. Contudo, logo eclodiu um “movimento de geração espontânea” que incluía diversos proprietários, os quais se opunham à solução. Isto é, viam com bons olhos a iniciativa, mas defendiam que o traçado não devia ser o preconizado pelo IEP. “Rua sim, mas ali pela do vizinho...”.
Entretanto, o tempo foi passando com a inexorável degradação do pavimento da Avenida. A Câmara ia reparando uns buracos aqui e além, num afã de minorar os inconvenientes, mas, todavia, consciente de que se tratava de meros paliativos. E, como é bom de ver, continuou a pressionar o Governo.
Cabe aqui uma palavra para referir que, entretanto, o Eng. Guterres abandonou o “pântano” (como lhe chamou) e fomos a eleições. Aí, a coligação PSD/PP conquistou a maioria e formou governo. Só que o tal “pântano” ainda era mais insalubre do que se temia. E, assim, fomos obrigados a seguir uma política de contenção, austeridade e rigor, liderada por Manuela Ferreira Leite. Os cortes orçamentais sucederam-se, e os estádios do Euro, bem como as SCUT’s, absorveram a maioria do investimento público.
Desta forma, goraram-se as expectativas de conseguir resolver o problema da avenida, na configuração delineada no protocolo de 2000. O IEP, seguindo orientações superiores, passou a transmitir a ideia de que não seria possível realizar a obra. Contudo, depois de muito porfiar, o Presidente conseguiu que o IEP assinasse um novo protocolo, ou melhor, uma adenda (alteração) ao de 2000. Foi essa adenda que foi presente à célebre reunião da Câmara de 18 de Outubro de 2004, da qual aqui vou transcrever o excerto da acta que contém a matéria em apreço.
Não vou colocar o “pdf”, dados os problemas que alguns leitores sentiram para realizar o download dos anteriores.

MUNICÍPIO DE MANGUALDE
CÂMARA MUNICIPAL
ACTA Nº 19/2004
….
….
….
INSTITUTO DE ESTRADAS DE PORTUGAL - ADENDA AOS PROTOCOLOS CELEBRADOS COM A CÂMARA MUNICIPAL DE MANGUALDE REFERENTES À BENEFICIAÇÃO DA VARIANTE SUL QUE LIGA À EN 232 E À BENEFICIAÇÃO DA EM 595 QUE ESTABELECE A LIGAÇÃO ENTRE A EN 234 E A EN 231 - PROCESSO S-6/2

Foi presente um ofício do IEP - Instituto de Estradas de Portugal, remetendo a seguinte adenda aos Protocolos celebrados com esta Câmara Municipal, referentes à beneficiação da Variante Sul que liga à EN 232 e à beneficiação da EM 595 que estabelece a ligação entre a EN 234 e a EN 231:
"Protocolo - Adenda
Considerando que:
- A não existência de uma via nacional que suporte o tráfego de passagem entre a EN 234 e a EN 232, e que o mesmo se efectua através de uma via municipal designada por Av. dos Montes Hermínios;
- O disposto no Decreto-Lei n.° 384/87, de 24 de Dezembro, no qual se preconiza a cooperação técnica-financeira entre a administrativo central e as autarquias locais, no desenvolvimento regional e local;
- Devido a iniciativa e disponibilidade da Câmara Municipal de Mangualde em iniciar processo de candidatura da obra para efeitos de financiamento comunitário, face a urgência em iniciar procedimentos inerentes a beneficiação dos referidos lanços de estrada e não se verificando o cumprimento do disposto em várias cláusulas dos protocolos homologados em 07 de Novembro de 1997 e 22 de Julho de 2000, torna-se necessário celebrar uma adenda aos citados protocolos.

A Câmara Municipal de Mangualde, daqui em diante designada por CMM, representada neste acto pelo seu Presidente, António Soares Marques, e o Instituto das Estradas de Portugal, daqui em diante designado por IEP, com sede na Praça da Portagem, em Almada, representado neste acto pelo seu Presidente, José Manuel Rosado Catarino, celebram a presente adenda aos protocolos homologados respectivamente, em 07 de Novembro de 1997 e 22 de Julho de 2000 a qual rege-se pelas cláusulas seguintes:
1. O objecto da presente adenda, aos protocolos homologados em 07 de Novembro de 1997 e 22 de Julho de 2000, consiste:
Na beneficiação da Variante Sul que liga a EN232, interrompida pelo fecho da PN da CP no valor de 750.000 € (setecentos e cinquenta mil euros) e;
Na beneficiação da EM 595, que estabelece a ligação entre a EN234 e a EN231, no montante de 1.500.000 € (um milhão e quinhentos mil euros), lanços classificados no PRN 2000 como municipais.
2. A CMM responsabiliza-se pela elaboração dos estudos e do projecto, assim como pelas expropriações eventualmente necessárias, obtendo os pareceres, as licenças, as autorizações técnicas ou de qualquer outra natureza, com respeito pelos procedimentos previstos, e praticara todos os demais actos legalmente exigidos aos níveis nacional e comunitário.
3. A CMM assume-se como dona da obra, competindo-1he lançá-la, geri-la e executá-­la desde a fase do anúncio do concurso até á sua conclusão, cabendo-lhe a responsabilidade pela execução material, financeira e contabilística da obra e, neste âmbito, nomeadamente e sem prejuízo das demais, as seguintes funções:
a) Tomar iniciativas conducentes a abertura do concurso para a adjudicação da obra;
b) Fiscalizar a execução dos trabalhos;
c) Elaborar autos de medição dos trabalhos executados e, uma vez devidamente verificados, aprovados e visados, proceder aos correspondentes pagamentos ao empreiteiro;
d) Elaborar a conta final;
e) Proceder a recepção provisória e definitiva da obra;
f) Praticar todos os demais actos legalmente previstos.
4. A CMM assume também a responsabilidade contratual ou extra-contratual emergente de quaisquer actos ou omissões que se enquadrem nos seus poderes de gestão pública ou de gestão privada, perante o IEP, e/ou quaisquer terceiros, relacionados directa ou indirectamente com o presente protocolo.
5. A CMM preparara, em estreita colaboração com o IEP, o processo de candidatura da obra objecto do presente protocolo, a Medida 3.12 do Eixo 3 do Programa Operacional da Região Centro, para efeitos de financiamento comunitário, assumindo-se como entidade beneficiária do projecto, sendo o valor máximo elegível de 2.250.000 € (dois milhões, duzentos e cinquenta mil euros) e a comparticipação máxima FEDER de 1.125.000 € (um milhão, cento e vinte e cinco mil euros).
6. A componente nacional do investimento a efectuar com a obra objecto do presente protocolo será assumida pela CMM.
7. A CMM dispõe do prazo de 10 (dez) dias, contados a partir da solicitação do envio de documentos e/ou prestação de esclarecimentos pelo IEP, para lhe remeter os solicitados documentos e/ou para lhe prestar os esclarecimentos necessários e convenientes a instrução e ao acompanhamento do processo de candidatura a financiamentos comunitários.
8. O presente protocolo vigora desde a data em que seja homologado pelo Senhor Secretario de Estado das Obras Publicas, e termina trinta dias após a obra ser considerada concluída pelas partes.
9. A vigência do presente protocolo poderá ser prorrogada pelo IEP por motivos fundados em circunstâncias excepcionais, mediante pedido fundamentado apresentado pela CMM ao IEP.
10. Na execução do presente protocolo e na interpretação das suas clausulas deve atender-se a letra e ao espírito do PRN 2000, excluindo-se expressamente a disciplina relativa a transferência de atribuições e competências para os municípios, assim como das correspondentes verbas.
11. Este protocolo não está sujeito a fiscalização prévia do Tribunal de Contas, por se enquadrar na alínea e) do artigo 470 da Lei n.° 98/97, de 26 de Agosto.
12. As dúvidas que porventura surjam na interpretação e aplicação do presente protocolo serão resolvidas por despacho do Senhor Secretario de Estado das Obras Publicas."

Após os esclarecimentos prestados pelo Senhor Presidente, procurando justificar a presente decisão foram trocadas impressões entre todos os membros do Órgão Executivo.
A este propósito o Senhor Vice-Presidente da Câmara, Dr. Castro de Oliveira, disse não estar de acordo com a homologação da presente adenda aos referidos protocolos, tendo apresentado a seguinte análise da situação e proposta de decisão:
"Da leitura da ‘Adenda ao protocolo’ verifica-se ser óbvio que quem não cumpriu, até ao presente, com as alíneas existentes nos protocolos anteriores foi o IEP.
Analisando os quadros que se seguem, dos vários cenários possíveis, verifica-se ter o IEP, de uma forma habilidosa, transferido para a Câmara Municipal de Mangualde, as responsabilidades financeiras e técnicas que lhe competiam, na base dos protocolos que livremente assumiu e assinou e que, em devido tempo, mereceram a homologação do poder político (Secretário de Estado e Ministro).
Quadros dos cenários possíveis:

(na acta seguem-se 4 quadros, correspondentes a outros tantos cenários, que aqui não coloco porque não sei fazer tabelas no meu blog, e também porque não são essenciais para a compreensão do processo, como se verá)

Nesta conformidade, com base na análise dos quadros, a alteração aos protocolos existentes através da assinatura da adenda em causa, traduzir-se-á numa situação extrema de vantagens para o IEP e de desvantagens para a CMM. O IEP efectivamente e na prática deixa de ter responsabilidades financeiras e de execução da obra, transferindo-as, integralmente, para a CMM que as passa a assumir e decorrendo, assim, prejuízos muito elevados para o erário público municipal da seguinte ordem de valores:
Se a Variante Sul custar 750.000 € (setecentos e cinquenta mil euros) a CMM perderá com o negócio entre um mínimo de 375.000 € (trezentos e setenta e cinco mil euros) e um máximo de 750.000 € (setecentos e cinquenta mil euros).
Se a Variante Sul custar os 1.125.000 € (um milhão cento e vinte e cinco mil euros) previstos inicialmente a CMM perderá com o negócio entre um mínimo de 750.000 € (setecentos e cinquenta mil euros) e um máximo de 1.125.000 € (um milhão cento e vinte e cinco mil euros). Face ao exposto, entende-se que a CMM não pode, em consciência, aprovar esta adenda aos protocolos o que, nas circunstâncias e face ao que lhe é proposto, determina a não ratificação da opção assumida pelo Presidente da Câmara (que a ser ratificada se constituiria como óbvia delapidação do erário público Municipal que temos obrigação legal e estrita de defender), havendo tão somente, que obrigar o IEP a cumprir, com a maior urgência e sem manobras dilatórias, os protocolos homologados respectivamente em 7 de Novembro de 1997 e em 22 de Junho de 2000."

No final da discussão, a Câmara não tomou qualquer posição relativamente à proposta apresentada pelo Senhor Vice-Presidente, e deliberou homologar a presente adenda aos Protocolos celebrados com esta Câmara Municipal, referentes à beneficiação da Variante Sul que liga à EN 232 e à beneficiação da EM 595 que estabelece a ligação entre a EN 234 e a EN 231.
Votaram contra, o Senhor Vice-Presidente, Dr. Castro de Oliveira, e o Senhor Vereador Eng.º Luís Fraga.
Abstiveram-se nesta deliberação, os Senhores Vereadores eleitos pela lista do Partido Socialista, Dr. Mário de Figueiredo e Dr. João Azevedo.
Votaram favoravelmente, o Senhor Vereador Eng.º Agnelo Figueiredo e o Senhor Presidente da Câmara, tendo este, face ao empate de votação verificado, usado do seu voto de qualidade.
...
...
...

Temos, então, o seguinte:

  • O IEP, efectivamente, transferiu para a Câmara toda a responsabilidade pelo projecto, execução e pagamento das obras (Avenida da Estação e Estrada desde a Zona Industrial até ao limite do Concelho, passando por Pedreles e Cruzeiro da Lama);
  • Estas obras custarão, no conjunto, 2.250.000€;
  • O IEP aceitou incluí-las no Programa Operacional da Região Centro e, assim, permitir que sejam financiadas pelo FEDER em 50%;
  • Resultando para a Câmara uma despesa de 1.125.000€ (225.000 contos);
  • Despesa que não teria se o IEP cumprisse o acordo de 2000, homologado pelo ministro Jorge Coelho.

Quanto às posições políticas dos vereadores, reconhece-se o seguinte:

  • Os do CDS votaram contra por considerarem que a Câmara deveria obrigar o IEP a cumprir o acordo anterior;
  • Os do PSD votaram a favor por acharem que os Mangualdenses não devem continuar "à espera", "castigados" pela falta de cumprimento de acordos por parte do Governo, ainda que isso custe dinheiro;
  • Os do PS abstiveram-se. Tanto lhes faz…

FIM

Confusão preocupante

É verdade. Vai por aqui uma enorme confusão.
O Mocho, um dos bloggers mais antigos que conheço, escreve aqui coisas como se o Azurara fosse responsável político ou, pior ainda vereador. Livra!
Um blogger, que ainda há pouco publicou este manifesto, fazer esta confusão...

Mas cabe aqui uma clarificação quanto ao assunto da Central de Camionagem:
O Azurara mantém o que disse. Este assunto nunca foi a uma reunião da Câmara para efeitos de deliberação. Terá ido para tomada de conhecimento dos vereadores.
O Presidente da Câmara não mentiu. O Presidente não escreve a revista (excepto o editorial)!
O jornalista (?), talvez por excesso de voluntarismo, não relatou com fidelidade os factos.
Jornalistas a cometer incorrecções e até a escrever barbaridades, há-os aos pontapés!

3 de agosto de 2005

Coisas em que sou "a favor"


Um conjunto habitacional bem concebido, dotado de zona de lazer comum, muito equilibrado, e construído (e vendido) a custos controlados.
Um exemplo a seguir!
Tendo em conta uma realidade futura pós-industrial, Mangualde poderá ter uma palavra a dizer enquanto parque habitacional alternativo a Viseu. Para isso precisamos de construir com mais qualidade, mais barato e com um planeamento sistémico.

2 de agosto de 2005

Autarquia e Educação

Neste comentário, o “Gio” perguntou:
Qual tem sido o papel e preocupação da Autarquia para com a Educação desde o 1º Ciclo ao Secundário?”
É uma pergunta muito pertinente, sobretudo neste nosso Mangualde.
É que, se há sectores em que a Câmara tem obras a apresentar (e tem muitos), este, da Educação, é um deles.
Contudo, como este espaço do "Pensar Mangualde" não se destina a propaganda, optei por pedir ao "Por Mangualde" que desse aconhecer alguma dessa actividade.
Os amigos que tenham curiosidade por esta temática da educação não terão dificuldade em seguir o link.

1 de agosto de 2005

Marasmo - Avenida da Estação - Parte 3

A saga da Estrada da Estação
(continuação)

Terminei a primeira parte deste assunto com o protocolo de 1997.
Entrementes, em Dezembro daquele ano houve eleições autárquicas, em resultados das quais a Câmara passou a ser dirigida pela coligação PSD/CDS.
Os contactos com a JAE prosseguiram, no intuito de encontrar uma solução que servisse, efectivamente, os interesses dos Mangualdenses, encontrando, continuadamente, a obstinação da JAE (e do Governo) na defesa da “sua solução”.
No ano de 2000 , já a JAE tinha sido transformada em IEP e desmembrada em ICOR e ICERR, veio a surgir mais um estudo, que disponibilizo através deste link, onde se aborda toda a problemática da EN232, nomeadamente os troços da Avenida da Estação e o da Mesquitela até à ponte Palhês (a variante da Mesquitela já estava construída nesta altura).
Lendo o referido estudo, fica-se a perceber melhor a globalidade do problema. Leia-o!
A novidade é que a requalificação da nossa Avenida da Estação passa a estar ligada à beneficiação da EN232, em vez da EN16. E há outra questão muito importante: a previsão da construção de uma “variante” que contornaria a cidade de Mangualde pelo Sul e Poente, ligando a EN232 ao cruzamento de Pedreles.
Esta variante partiria de uma rotunda a construir ao fundo da Avenida Conde D. Henrique em direcção a Ançada, que contornaria por Sul e Poente, e ligaria à EN234 no cruzamento de Pedreles e, mais tarde, ao futuro IC12, mais ou menos no “Vale da Choca”. Haveria, ainda, uma variante a Ançada por Nascente. É este o traçado que se apresenta na última página do estudo.
Importa afirmar que esta era uma solução muito interessante para os Mangualdenses. De facto, resolveriam, não um, mas dois problemas: a requalificação da Avenida da Estação e a construção de uma circular à cidade pelo Sul. Era bom!
Assim, foi com muito entusiasmo que, com a necessária pompa e circunstância, se recebeu o então Ministro Jorge Coelho quando aqui se deslocou para homologar o novo protocolo. Leia-o aqui.
É este episódio que o senhor Máximo traz à colação no seu artigo de jornal. E muito bem! É que, como se torna evidente, o protocolo foi homologado, mas … não foi cumprido…
Da Mesquitela à Ponte, a estrada foi requalificada. A nossa Avenida... népias!!
(continua)