30 de julho de 2005

Marasmo - Avenida da Estação - Parte 2

Ora cá estou para falar do polémico caso da Avenida da Estação, ou do Centro de Saúde, ou da Variante à EN 232, tudo designações de uma mesma coisa.
Bom, para começar a tratar deste assunto, é preciso recuar até ao tempo em que o Plano Rodoviário Nacional passou a incluir a supressão das passagens de nível da EN 232, no troço entre Mangualde e Gouveia, que eram três: Estação do Caminho de Ferro, Mesquitela e Contenças. Para tornar possível este desiderato, tornou-se imprescindível alterar o traçado da referida estrada. Foi assim que se construíram novos troços, entre os quais a, assim chamada, Variante da Mesquitela (1), a qual "nasceu" na passagem inferior à linha-férrea. E porquê aí? Bom, pela simples razão de que a Câmara de Mangualde tinha construído, entretanto, um arruamento urbano, uma rua, que ligava o Centro da Cidade até à Estação da CP.
Resultou daqui que o tráfego nacional circulante na EN232 deixou de ter continuidade através de uma estrada nacional, passando a utilizar uma rua municipal.
Caiu-se, portanto, numa situação de desconformidade, para não dizer irregularidade. À qual acresce o facto de uma rua não ser projectada para suportar as mesmas cargas que uma estrada, como todos os problemas (rápida degradação) que daí advêm. Assim, desde logo a Câmara de Mangualde tentou acautelar os seus interesses, instando a então Junta Autónoma das Estradas a resolver o problema.

Sucederam-se os contactos com a Junta Autónoma de Estradas, sob a orientação do então Presidente da Câmara, o Sr. Eng. António Barreiros.
Em 1997, último ano do mandato autárquico, foi assinado um protocolo de colaboração entre a Câmara e Junta Autónoma para requalificação da Avenida da Estação, que, para a JAE, passou a ser designada por “Variante Sul de Mangualde”.
Note-se que este protocolo incluía duas obras – Variante Sul e EN16, esta última a fim de ser beneficiada para poder passar para a posse da Câmara, e foi homologado pelo competente Secretário de Estado, ao tempo do Ministro João Cravinho. Pode consultá-lo aqui.
Quanto à parte da EN232, a tal Variante Sul, a Avenida da Estação, a também chamada Avenida Montes Hermínios, o respectivo projecto previa a sua transformação numa "auto-estrada" em plena cidade, sem cruzamentos de nível e com muros laterais. Tal projecto obrigaria à construção de ruas paralelas que pudessem servir o Bairro da Gândara, tal como Cubos, que deixariam de ter acesso directo à Avenida.
Era um projecto "louco" e, felizmente, foi abandonado.
E o que é que aconteceu ao protocolo?
Bom, a EN 16 foi requalificada e veio, muito recentemente, a passar para o domínio municipal, mas quanto à Variante Sul, nada!!!
O Governo não apresentou solução alternativa.
(continua)

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