11 de agosto de 2008

Girabolhos: adiado o anunciado

No passado dia 18 de Abril, em cerimónia solene no Ministério do Ambiente, de que aqui dei a devida nota, foi aberto o concurso para a construção da Barragem de Girabolhos.
Por aqui, toda a gente rejubilou. Era a concretização de um sonho de décadas, sucessivamente adiado. A malta socialista, essa então, até laudas cantou: a barragem vinha, e vinha pela mão do Governo Socialista e, mais ainda, pela acção decisiva dos seus deputados e demais influências locais. Basta lembrar os muitos comunicados e notas de imprensa.
De tão contente que também fiquei, deu-me aquele afã concretizador de tal forma que, num repente, logo aqui construí a barragem. E até a inaugurei, com a presença, diga-se, de convidados ao mais alto nível.
Só que…
Terminado o prazo do concurso verificou-se se perfilaram ZERO concorrentes. ZERO! Nem um! O concurso ficou deserto.
Segundo o presidente do INAG, o desinteresse dos potenciais concorrentes ter-se-á ficado a dever “às exigências do concurso”. Disse ele que “As questões de natureza técnica fazem com que seja preferível fazer este concurso em separado”, esperando que assim se venha a “aguçar o apetite” de outro tipo de empresas. Assim, para remediar, foi aberto novo concurso (com Girabolhos e Pinhosão em separado).
Devo dizer que fiquei admirado. É que ainda não ouvi, nem li, nenhum dos habituais “inteligentes” a zurzir no Executivo Municipal por não ter conseguido atrair nenhuma empresa para aquele investimento. E seria normal que surgissem as críticas costumeiras. Quem está convencido, ou melhor, quem diz que está convencido de que as Câmaras Municipais têm um papel decisivo na “captação de empresas”, está a perder uma oportunidade de ouro. É que atrair uma fábrica de torres eólicas pouco difere de atrair uma fábrica de energia eléctrica (de origem hídrica)... É por isso que estou certo de que ainda virão a explorar esta linha…
Mas, mais que admirado, devo dizer que fiquei decepcionado com este desenlace.
Nem uma empresa… Nem mesmo uma? Nem mesmo a Iberdrola daquele importante líder socialista, Pina Moura? Então concorreu - e ganhou - outras e inorou a de Girabolhos? Logo à “nossa” é que não concorreu? Caramba! Que pontaria.
Mas nem mesmo uma? Nem sequer um consórcio qualquer, por exemplo um que fosse liderado pela Mota-Engil, agora administrada pelo nosso homenageado conterrâneo Jorge Coelho? E logo numa zona ali tão nas bordinhas da sua aldeia-natal?
Ai, ai…
Vou fazer votos de que esta nova modalidade de concurso aguce mesmo o apetite dos investidores. Caso contrário ainda nos acontece como em Almourol

(Já deram conta que todos estes investimentos anunciados pelo governo - barragens, estradas, etc. - são investimentos de privados? E de que se não aparecem privados... não há investimento?)

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