Ainda assim, a mentira continua por lá. Em menor quantidade, é certo, mas lá permanece. Como diz o povo, "está-lhes na massa do sangue"!
Refiro-me à abordagem que o jornal fez à entrevista de Pedro Santana Lopes à SIC, e que vem na página 3. Diz-se que PSL terá afirmado que em 7/12/2004 aprovou a suspensão do PDM de Paços de Ferreira para viabilizar a instalação da fábrica da Swedwood em Portugal.
Não tive, ainda, acesso à entrevista de PSL (já agora, se alguém me fizer a caridade de enviar um link, agradeço muito) mas de uma coisa não tenho dúvidas: alguém mente. Ou mentiu PSL, ou mente o articulista do Zurara, seja ele quem for, já que não assinou.
E como é que tenho assim tanta certeza?
É muito simples: consultei o Diário da República!
E lá está a dizer que a suspensão do PDM de Paços de Ferreira para permitir a instalação da fábrica foi aprovada pela respectiva Assembleia Municipal no dia 21 de Julho de 2006 e ratificada no Conselho de Ministros de 4 de Outubro de 2006 sob a presidência de ... ... José Sócrates Pinto de Sousa.
Já agora, recordo que Outubro de 2006 foi quase dois anos depois do histórico golpe constitucional que dissolveu uma Assembleia da República com uma maioria estável, e também foi, mais ou menos, a altura em que se soube que "a instalação da fábrica Swedwood em Portugal foi definida em meados de Janeiro [de 2006], quando o grupo assinou um memorando de entendimento com a Agência para o Investimento (API)."
Assim, é mais que tempo para perceber:
- Que em Outubro de 2005 Mangualde estava na short list do IKEA;
- Que em Janeiro de 2006 se anunciou Ponte de Lima como destino da fábrica;
- Que em Maio de 2006, se previa a localização na Póvoa do Lanhoso;
- Que em Junho de 2006 a lista já só continha 3 concelhos: Estarreja, Paços de Ferreira e Paredes;
- Que em Setembro de 2006 se anunciou o acordo entre o grupo Swedwood (Ikea) e a API (governo);
- E que a fábrica da IKEA foi para Paços de Ferreira por decisão do Governo socialista (via API);
- O que deixou apreensivos outros "concorrentes";
- Até porque esta opção implicou a localização da fábrica em REN;
- Tendo o governo de aprovar a alteração do respectivo PDM (*) apesar do impacto ambiental negativo que não existia em outras alternativas.
(*) É por esta e por outras como esta que não reconheço qualquer valia nesta lógica estatista dos "planos" que se têm de alterar sempre que "valores mais altos...". Se é para serem alterados...
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