A princípio fiquei preocupado.
Era o título: “Requisição de militar abre polémica em Mangualde”.
Instantaneamente, assaltou-me um pensamento: “Queres ver que os munícipes estão desagradados com a acção que o Major Ferrinho está a desenvolver?”
Preocupado e surpreso. É que o feed-back que vou tendo por parte dos munícipes é exactamente o contrário. O que me dizem é que o senhor Major veio imprimir um ritmo inusitado na realização das obras de administração directa da Câmara; que estabeleceu metodologias de coordenação dos meios – materiais e humanos – que se traduzem num significativo aumento da produtividade; que até estranham a rapidez com que, desde a sua vinda, se resolvem os problemas dos cidadãos. E pensei: “Queres ver que me têm andado a enganar?”
E foi assim que comecei a ler.
Rapidamente fiquei mais tranquilo. De facto, de acordo com o artigo do jornal, o “descontentamento” é interno. “Os seis chefes de divisão ponderaram o pedido de demissão”, e quatro manifestaram mesmo a “vontade de apresentarem a demissão”.
Eu julgava que tinham sido apenas dois chefes de divisão, mas o Público fala em quatro. Talvez. Mas, mesmo que o jornal tenha razão, é menos grave que o que eu estava a pensar. Muito menos. É, até, natural. A mudança organizacional, como se pode aprender em qualquer livrito de Administração, gera sempre resistências e conflitos. E é exactamente isso que está a acontecer. Quando se introduzem alterações da estrutura funcional no sentido de a dotar de maior operacionalidade, consistência, responsabilidade e coerência com os objectivos políticos sufragados, acaba-se sempre por tocar em algumas rotinas, hábitos instalados, e até mesmo privilégios, o que causa fenómenos de rejeição. É normal!
Mas isso, apesar de instada, não quis a jornalista abordar!
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