9 de maio de 2009

Elogio do compadrio

Hoje fui ao colóquio dos "Filhos da Terra" na Biblioteca Municipal. Interessava-me ouvir a comunicação das 15H50: "Transformações sócio-económicas e territoriais num contexto de globalização. Mangualde: dos anos 80 à actualidade". Só que o programa estava atrasado e ainda estava a fazer a respectiva alocução o conferencista anterior.
Fiquei a ouvi-lo.
A dado passo, citou a célebre frase de Gabriel Costa, ex-presidente da Câmara de Penalva do Castelo, quando disse que "quem está com o poder, come, quem não está, cheira".
Em seguida, lembrou Atílio Santos Nunes que viu construída auto-estrada do Carregal do Sal quando se mudou do CDS para o PSD, no auge do cavaquismo.
Prosseguiu, referindo que José Correia se mudou do PSD para o PS quando a dita auto-estrada se finou à entrada do concelho de Nelas.
Finalmente, deteve-se no caso de Mangualde para mostrar que desde 1979 até hoje, o governo da autarquia sempre andou em contra-ciclo com o governo central; primeiro, com o PS na Câmara durante 18 anos, a maioria dos quais com governos do PSD e, depois, com o inverso.
Por esta razão, concluiu o conferencista, o concelho de Mangualde terá sido muito penalizado ao longo dos últimos 30 anos.

Nessa altura percebi que aquilo que estava a ouvir era, afinal, o elogio do compadrio político.
Ainda esperei que o conferencista acabasse por fazer a crítica à promiscuidade do sistema. Em vão.
Porra! E eu que abomino o compadrio...

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