8 de novembro de 2007

Feira - Exercício

Até aos meus 25 anos morei em pleno Largo do Rossio. A minha mãe ainda hoje lá reside. Por isso, sei perfeitamente o que é a Feira dos Santos e a sua história dos últimos 45 anos. E não só da Feira dos Santos.
Efectivamente, aos Sábados, todos os quinze dias, lá tínhamos o largo cheio de tendas. Tão cheio que era difícil entrar e sair de casa. Também era difícil entrar e sair das lojas comerciais. Aliás, quase nem se viam as lojas, tapadas que ficavam pelas coberturas das tendas.
Também eram dias de acordar muito cedo. Por volta das 5 da manhã, lá estava o ritmado martelar nos ferros que era preciso cravar no chão, na altura de terra batida.
Nessa altura, à frente de nossa casa ficava a zona dos tecidos e também das confecções, que começavam nesse tempo a aparecer. A carne ficava ao cimo do largo, na zona em frente de onde hoje está a Casa do Povo. A feira dos animais era no Largo dos Condes.
Eram estes os sectores principais, mas vendiam-se muito mais produtos, desde a cestaria, à sapataria, à latoaria e às cerâmicas.
A Feira, mesmo a quinzenal, era uma grande feira.
Começaram, então, a surgir movimentações contra a localização da feira. Havia queixas. Os comerciantes diziam que pagavam os seus impostos e que acabavam por ser prejudicados pelos feirantes que vinham de fora; outros queixavam-se dos transtornos com a dificuldade de circulação; outros diziam que nem sequer conseguiam tirar o automóvel da garagem; outros, ainda, alertavam para o perigo que advinha da impossibilidade de circulação de um veículo de socorro, uma ambulância, por exemplo.
Era um tempo de críticas à localização da Feira.
E, lentamente, a Feira dos Santos foi ocupando outros locais. Primeiramente, Humberto Delgado, Luís de Camões, Veiga Simão e zona do campo Conde de Anadia. Depois, a 1.º de Maio, a José Marques, e toda a zona do mercado, começando a ocupar a Avenida Senhora do Castelo.
Foi assim, em traços gerais, a evolução da localização da Feira dos Santos desde os anos 60. Foi assim que a Feira passou a ocupar toda a Avenida Senhora do Castelo e a Rua Tojal D’Anta.
Até que se chega ao momento em que se constata que, mais ano, menos ano, a Avenida será pavimentada, aliás infra-estruturada, e que nunca mais será compatível com a montagem de tendas tradicionais. É nesse momento que se decide localizar toda a feira dentro do espaço multi-usos e foi este o ano da implementação daquela decisão.
Surgem agora algumas vozes a reclamar o regresso da feira para o centro da cidade. Assiste-se agora, de certa forma, à inversão das reclamações dos anos 80: os forasteiros vêm à Feira e não vêm à cidade; o comércio local nada lucra com a Feira; dantes é que era bom...

Pois bem, proponho-vos o seguinte

Exercício:

Elenque os arruamentos que a Feira poderá ocupar no centro da cidade, nas seguintes condições:
1 – Ocupe apenas ruas em calçada (paralelo);
2 – Preveja a circulação de veículos de emergência em toda a extensão da Feira;
3 – Não impeça o trânsito no sentido Nascente – Poente, bem como no sentido Sul – Norte, e inversos, ou seja, Modorno – Estalagem e Centro de Saúde – Pingo Doce.

Dados:
A área ocupada pela feira é a seguinte:
3 fiadas de tendas na Avenida Senhora do Castelo, desde a "Rotunda dos Barbas" até às Escadinhas + 2 fiadas de tendas ao longo de toda a Rua Tojal D’Anta + Carne e Febras dentro do recinto.
Pode calcular a área utilizando o
Google Earth.

Fico à espera de soluções!

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