19 de novembro de 2005

O estatuto de vereador

Já é costume ser insultado no blog "Mocho". Tornou-se num hábito que deve proporcionar muito prazer, quiçá orgástico, aos autores dos sarcasmos. Por isso, durante uns tempos, afastei-me, deixando de lá colocar comentários. Depois voltei. Parecia que os ânimos tinham arrefecido. Mas não. Desafortunadamente, hoje voltou-se à velha rotina.
De facto, mesmo depois de eu ter apelado à necessidade do rigor, fui apodado de "galo de capoeira". Mas esta não é a mais grave. O pior é que, logo após a clarificação que fiz sobre as minhas funções autárquicas, veio um comentador afirmar que eu estava na câmara "a meio tempo". E isso, sobretudo depois da minha afirmação inequívoca sobre a semelhança do meu estatuto com o dos vereadores da oposição, assume o contorno de uma mistificação intencional.
E por que é que isto é grave?
Por causa do estatuto remuneratório. Porque se pretende fazer crer que tenho interesse financeiro em "estar" na Câmara.
Um vereador a tempo inteiro, aufere a totalidade do vencimento.
Um vereador a meio tempo recebe metade do anterior.
E os outros vereadores todos recebem uma senha de presença por cada reunião da câmara em que participam (duas por mês).
É este o meu caso. Recebo exactamente o mesmo que qualquer dos vereadores eleitos pelo Partido Socialista, situação, aliás, idêntica à que já tinha no passado mandato, e que mantenho por exclusiva opção própria.
Significa isto que mantenho as funções para as quais fui eleito na ESFA, para a qual, estatutariamente, estou disponível 24 horas por dia. E é no tempo disponível - muito do qual resulta do excelente núcleo duro de colaboradores que tenho - que me ocupo das questões autárquicas.
Para alguns o dia de trabalho só tem 7 ou 8 horas...
Para alguns é inconcebível que se trabalhe sem vencimento...
Mas não é o meu caso! Eu gosto de trabalhar!
(e ainda me sobram uns minutos para cavaquear com os meus amigos ... e para os meus blogs)

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