21 de abril de 2008

IC12 e amnésia selectiva

A amnésia selectiva é uma faculdade muito curiosa. Permite esquecer completamente determinados factos e lembrar outros. Vejamos, por exemplo, o caso do IC 12:
Aqueles que são dotados de amnésia selectiva esqueceram que Aníbal Cavaco Silva, quando saiu do governo em 1995, deixou a obra com o concurso a decorrer; esqueceram que tinha outro traçado (já teve vários) e que não era portajada; esqueceram que esse concurso foi anulado pelo governo de António Guterres; esqueceram que o Partido Socialista era, então, abertamente contra a chamada, “política do betão”; esqueceram que a substituíram, na altura, pela política do “as pessoas estão primeiro” (que tão espectaculares resultados deu).
É por isso que a amnésia selectiva lhes é importante: esquecem os factos inconvenientes. Esquecem que o IC12 já podia estar construído desde 1997 e que só não o está porque o Partido Socialista anulou o concurso.
Ora, como esquecem, até podem lançar o concurso agora fazendo de conta que é a primeira vez; fazendo de conta que são os “salvadores da pátria”, quando são, afinal, os primeiros responsáveis pelo atraso de 11 anos.
Pela minha parte, embora não tenha esquecido estas coisas, fico satisfeito com o anúncio da abertura do concurso para a concessão. Vale mais tarde que nunca!
Percebo isto tudo e fico satisfeito.
Só não percebo porque é que, estando lá tantos fotógrafos, o jornal Zurara teve de ilustrar a cerimónia da abertura do concurso do IC12, em Mortágua, com uma foto tirada na Martifer em Oliveira de Frades…
Deve haver alguma razão, ai isso deve, mas escapa-se-me.

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