30 de dezembro de 2006

Ainda a fonte próxima do processo...

No artigo anterior tive o cuidado, que é sistemático, de não fazer acusações sem as poder provar.
Interroguei-me sobre quem poderia ganhar com o fecho da Citroën sem ter chegado a qualquer conclusão. Até deixei escrito que não sabia quem pudesse ser capaz de tal malvadez.
Por isso, perante o chorrilho de comentários escritos, fiquei perplexo.

Haverá quem, sobre esta matéria, saiba coisas que eu não sei?

Outra coisa:

Agnelo Figueiredo, independentemente de desempenhar funções autárquicas ou não, como simples cidadão, nunca aceitará que o poder de qualquer grupo económico subverta a legitimidade democrática de órgãos sufragados. Pelo contrário, nunca deixará de denunciar toda e qualquer tentativa naquele sentido.

PS:
Não deixa de ser significativo ver socialistas a defender a submissão ao "capital".

29 de dezembro de 2006

PSA - Desmentido

Logo pela manhã de ontem, 28, através de declarações à agência Bloomberg veiculadas pela Reuters, a PSA (França) veio desmentir oficialmente a notícia do Diário Económico, afirmando:

Nous démentons fermement avoir le moindre projet de fermeture de cette usine. … L'avenir de Mangualde est assuré. C'est une usine performante.

O link para o texto integral fica aqui. Contudo, já que o acesso carece de registo prévio, coloco aqui uma imagem do mesmo e um resumo em Português para os que têm dificuldade com a língua gaulesa.

Convém assentar que, após este desmentido formal, a "bomba" do Diário Económico passou à categoria de boato. Mas voltemos à notícia para repescar as seguintes afirmações:

Fonte próxima do processo garantiu ontem ao Diário Económico que a possibilidade de a PSA deixar de produzir na fábrica de Mangualde “é real” e está a um passo de acontecer.
……
Segundo uma fonte contactada pelo Diário Económico, os proprietários pedem cerca de 12 milhões de euros, um valor considerado excessivo pela Peugeot-Citoën.
……
A Câmara Municipal de Mangualde ofereceu-se, no inicio do mês, para intermediar o negócio, decisão tomada depois de uma reunião ocorrida no início da semana em Lisboa entre representantes da Citroën, a autarquia, os responsáveis da Agência Portuguesa para o Investimento (API) e o secretário de Estado da Economia e Inovação, Castro Guerra. Apesar do esforço, não foi possível chegar a acordo.
……
O Diário Económico tentou obter a reacção da direcção da fábrica de Mangualde a estas notícias, mas não foi possível. O Ministério da Economia também não respondeu até ao fecho da edição.

Então vejamos:

  1. Como é que a jornalista Catarina Beato soube que o fecho da fábrica estava a um passo? Ela diz que foi através de fonte próxima do processo…
  2. E como é que soube que os proprietários queriam 12 milhões pelos terrenos? Ela diz que foi através de fonte contactada…
  3. E como é que soube que apesar do esforço, não foi possível chegar a acordo? Ela não diz. Terá sido a mesma fonte?
E que fonte será esta?
A PSA em Paris? Não! Até veio desmentir…
A PSA em Mangualde? Também não, pois se é a própria jornalista que diz que não reagiu...
O Ministério da Economia? Também não e pela mesma razão.
O Presidente da API? Também não. Até se mostrou muito surpreendido.
O Presidente da Câmara de Mangualde? Não. Daí sei eu.

Mas então… quem terá lançado este boato irresponsável?
Não estou a ver mais ninguém que pudesse ter sido a tal fonte próxima do processo.
Teria de ser alguém a quem o fecho da Citroën – e a desgraça de muitos milhares – pudesse trazer alguma vantagem.
Não!
Não estou mesmo a ver quem pudesse ser capaz de semelhante malvadez!

28 de dezembro de 2006

PSA - Ministro Pinho


Isto é uma boa notícia.
É, sem dúvida nenhuma, uma boa notícia.

Mas... quando foi da Opel da Azambuja... o Ministro Pinho também disse uma coisa assim... e ...

PSA - Porque fecham as fábricas?

No seio de um grupo, como por exemplo o PSA - Peugeot Citroën, a decisão de manter ou fechar uma das suas empresas não se prende com questões comezinhas. Não são, nomeadamente, as questões de terrenos para alargamento que determinam a decisão. Sobretudo se os terrenos existem. Sobretudo se basta adquiri-los. E muito menos se durante anos e anos lhos andaram a oferecer.
Não. Não são questões desta natureza que realmente preocupam os grandes grupos económicos.
O que os preocupa são os custos da produção e da logística associada.
Façamos umas contitas para o caso da fábrica de Mangualde:
Por ano produz cerca de 54.000 viaturas. Imagine-se que consegue diminuir em 200€ o custo da produção de cada uma. Quanto representa ao fim do ano?
10,8 milhões de euros!!!
E em dois anos?
A este propósito é interessante ler o comunicado da PSA sobre a fábrica de Ryton, Coventry, Grã-Bretanha, onde se diz que

... les faiblesses du site de Ryton : des coûts de production et de logistique élevés qui ne permettent pas de justifier les investissements nécessaires à la production d’un nouveau véhicule...

Por isso a fábrica de Ryton vai encerrar e 2.300 pessoas vão ficar desempregadas...

Mais 12, menos 12...

Devagar, devagarinho, lá se vai indo ao verdadeiro problema.
Lá se vai percebendo que não há impedimentos pelo PDM, nem pela revisão, nem por...
Lá se vai percebendo que o problema é ... dinheiro. 12 milhões de euros ao que dizem os jornalistas (obrigado ao Marco pelo link) embora eu ache um número absurdo.

Mas há por aí tanto subsídio governamental que também não há-de ser por isso!

26 de dezembro de 2006

La Voz de Galicia

Diz aqui que o director geral da PSA Peugeot Citroën de Vigo, Javier Riera apresentou a sua demissão do cargo.
Também diz que se aposentaria no próximo mês de Janeiro, e que esta antecipação apenas se fica a dever a cansaço.
Contudo, o jornalista não deixa de escrever:
"En medios próximos a la dirección de PSA se descarta por completo la posibilidad de que este abandono guarde relación con futuros traslados de una parte de la producción de Vigo a otra planta en Francia, donde los resultados del grupo galo están siendo peores. Esta opción se manejó en algunos medios ante la inminente puesta en marcha de los nuevos modelos que sustituirán a las furgonetas Partner y Berlingo a partir del año 2008."

Ainda bem que se descarta esta possibilidade!
É que, se uma parte da produção de Vigo passar para França, Vigo virá buscar produção a Mangualde, com todas as consequências que se percebem.

16 de dezembro de 2006

Malhacila (5) - Balanço e Contas

Em 12 de Dezembro, o Sr. António Ferreira publicou um artigo que continha uma imagem de um documento. Nessa imagem mostrava-se a constituição de dois dos órgãos sociais da Malhacila. Quem lá consta? Os elementos da família Santos, naturalmente, e três pessoas estranhas à família: eu próprio, o Sr. José Abrantes Marques e o Sr. António Víctor Campos. Como título do post, colocou “Malhacila fechou, de quem é a responsabilidade?”.

Ora, como toda a gente sabe, a Malhacila é propriedade da família Santos, que a geriu durante duas gerações. Donde, não seria novidade para ninguém a inclusão dos nomes dos familiares no rol dos responsáveis, partindo do princípio que haverá “responsáveis”. Assim, aparece de forma cristalina e iniludível que o objectivo do Sr. António Ferreira foi o de fazer passar o boato que, entre os alegados responsáveis pelo fecho da Mallhacila, estava também eu, já que alegado membro dos respectivos órgãos sociais em funções. Por isso perguntou “de quem é a responsabilidade” e colocou os nomes.

É sabido que o Sr. António Ferreira apoia pessoas que são minhas adversárias políticas, mas deve questionar-se a razão pela qual decidiu trazer à colação um facto que é estritamente da minha esfera privada e profissional. Porquê este ataque ad hominen? Porquê esta perseguição pessoal que, em ocasiões anteriores, até já o levou a ameaçar a minha integridade física? Qual a razão desta obsessão odienta? Sinceramente, não a sei. É uma questão a que apenas o próprio poderá dar resposta.

Alertado para este insólito, reagi afirmando que o boato era falso, tendo aqui escrito que “desde há alguns anos que lá não desempenho qualquer serviço, cargo, ou função”.
Para bom entendedor, estaria tudo dito. Mas não!

Veio o Sr. António Ferreira publicar mais um retalho, enfatizando a minha nomeação como presidente do conselho fiscal para o triénio 2002-2004 e mostrando, só nessa altura, que o documento tinha origem na Conservatória do Registo Comercial.
Fiquei preocupado. Eu sabia que tinha abandonado aquelas funções durante o ano de 2003. Mas… na Conservatória… será que…
Pedi então a constituição dos órgãos sociais após a minha saída, tendo-me sido entregue cópia do documento que publiquei. Já hoje, telefonei a uma pessoa que foi técnico de contas da empresa perguntando-lhe por que é que aquilo estava registado na Conservatória. Respondeu que, a seguir a este, tinha obrigatoriamente de estar o registo da alteração. Resolvi, portanto, ir à Conservatória pedir a certidão completa, o que faria na próxima segunda-feira, 18. Mas… não foi preciso!
O Sr. António Ferreira resolveu, entrementes, fazer o que deveria ter feito logo de início. Publicou o documento na íntegra. Pelo menos, assim parece. De qualquer forma, irei na mesma à Conservatória. Gato escaldado…

Agora que lá está tudo (?) que conclusões se podem tirar?

  1. Que está lá escarrapachado o registo (Ap.03/20040330), em 30/03/2004, da Alteração do Contrato Social, passando a fiscalização a ser exercida por um Fiscal Único. A tal modalidade de fiscalização que o incondicional Sr. Dr. José Martins afirmou não conhecer, numa confissão – utilizando as suas próprias palavras – patética (eu sei que ao dizer isto estou a descer ao mesmo nível, mas… que porra… um homem não é de ferro).
  2. Que o triénio 2002-2004 teve duas partes: o exercício de 2002 foi fiscalizado por um Conselho Fiscal e os de 2003 e 2004 por um Fiscal Único, resultante da alteração do pacto social entretanto decidida.
  3. Que apesar de ter todos os dados na sua posse, o Sr. António Ferreira continua a afirmar que “António Agnelo Esteves Figueiredo, foi Presidente do Conselho Fiscal da Firma Malhacila – Fábrica de Malhas S.A. até ao dia 30. 03. 2005” Eu sei que mais não lhe é exigível e que é possível que seja muita informação junta. É possível, sim, mas o que é certo é que insiste na mentira. Pois se lá tem a informação que a partir de Março de 2004 a empresa deixou de ter Conselho Fiscal, como é que quer que eu lá estivesse em 2005?
  4. Que, se o Sr. António Ferreira tivesse a intenção de (se) esclarecer, teria verificado que a escritura que alterou o pacto social (e que foi registada a 30.03.2004) teve lugar a 19.03.2004, data que releva para todos os efeitos legais. E até teria aprendido, bem como o Sr. Dr. José Martins, que os registos na Conservatória se processam, obviamente, em data posterior à dos actos que lhe dão origem, sejam eles “internos” ou não.
  5. Que a imagem inicialmente publicada não corresponde a nenhuma das páginas agora publicitadas. É uma montagem reunindo algumas partes das várias páginas e omitindo outras. Ora, tratando-se como agora se sabe de um documento oficial, aquilo a que assistimos mais não foi que uma miserável falsificação de documentos.

E por que é que não o processas?
Porque não é desonroso ter feito parte dos órgãos sociais da Malhacila. A falsificação fica a crédito…
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Na nossa vida, todos acabamos por ser afectados por decepções e frustrações que nos deixam amargurados. É assim mesmo. É normal. O que não é normal é que se atire para cima dos outros a amargura e o ressentimento.

15 de dezembro de 2006

Malhacila (4)

Resolvi pedir a constituição dos órgãos sociais da Malhacila após a minha saída e deram-me este documento.

É um documento "inteiro". Não tem montagens, nem truncagens.

Nem é um documento de 2002 com valores do capital social em escudos.

Eu bem gostava de ver o tal documento "inteiro".
Se calhar, muito mais gente gostaria...

Órgãos Sociais

Já fui membro dos órgãos sociais da Malhacila e da Cotel.
E também do DáGás e da Rádio Mangualde e da Obra Social Beatriz Pais e do Rotary Club e não me lembro se de mais algum.

Fui, e com muita honra!

14 de dezembro de 2006

Malhacila (3)

Fui hoje alertado por amigo para um boato que estará a ser lançado no sentido de inluírem o meu nome nos actuais corpos sociais da empresa.

É FALSO!

Como aqui escrevi, trabalhei para aquela empresa durante muitos anos em diversos contextos, de tal forma que ela ficará para sempre como uma parte importante da minha vida.

No entanto, desde há alguns anos que lá não desempenho qualquer serviço, cargo, ou função.

3 de dezembro de 2006

Pequeno comércio tradicional

Hoje, Domingo, fui às compras.
Fiquei satisfeito. Havia várias lojas abertas e isso, no meu entender, é positivo. Corresponde áquilo que considero que é uma necessidade de mudança do pequeno comércio: a diversificação dos horários.
Só se pode fazer compras numa loja se ela estiver aberta. Ora, quando é que se tem tempo para fazer compras? Aos fins-de-semana, no intervalo do almoço e depois do trabalho.
Quem é que vai às compras, por exemplo de vestuário, às 9 da manhã?
Mas hoje à tarde havia lojas abertas e, por isso, algum dinheiro ficou em Mangualde.
(Isso de fazer a defesa do comércio tradicional e depois ir fazer compras aos centros comerciais é muito fraco...)

Como exemplo, fica aqui a Xock. A seu tempo virão outras.